A contribuição da pesquisa contábil acadêmica para o desenvolvimento da prática profissional tem sido bastante discutida nos últimos anos, notadamente no que se refere à contabilidade gerencial. Vários autores observam que, apesar do significativo crescimento desta pesquisa nas últimas décadas, os profissionais que atuam na área têm mostrado pouco interesse na utilização dos resultados das mesmas. Esta falta de sintonia entre a pesquisa e a prática vem sendo analisada já há algum tempo tanto por pesquisadores nacionais como internacionais. Várias razões para este fato tem sido apontadas. Scapens (2006, 28) salienta a falta de conhecimento prático por parte dos pesquisadores, enquanto que Malmi (2010) aponta para a resistência da elite acadêmica em patrocinar, ou mesmo aceitar, a realização de pesquisas baseadas em paradigmas alternativos. Na tentativa de amenizar este gap entre a teoria e a prática, Berry et al (2009, 13), observam que o fluxo de transferência de conhecimento tem se dado usualmente dos acadêmicos para os práticos e sugerem que este fluxo seja invertido e, para se tornar ainda mais eficaz, o seja por meio de um processo interativo. É nesse contexto que se insere o presente ensaio. Seu objetivo é o de ampliar a discussão sobre a construção do conhecimento pelos práticos e sugerir uma agenda de pesquisa nesta linha voltada para a realidade brasileira.